Em 1929 Le Corbusier visitou o Rio e São Paulo, durante uma viagem à América do Sul iniciada por Buenos Aires. Seus anfitriões sul-americanos foram Victoria Ocampo, escritora argentina de elite (de quem, aliás, partira o convite inicial para a viagem), e Paulo Prado, grande fazendeiro de café e também escritor, além de homem influente na política brasileira.(7) Ele havia patrocinado em 1922 uma Semana de Arte Moderna e se apresentava como uma espécie de mecenas para os animadores da arte de vanguarda em São Paulo.
Para Le Corbusier, a oportunidade da visita à América do Sul, incluindo o Brasil, surgiu em uma fase de transição nos planos profissional e intelectual. Daí seu interesse. O trabalho como editor de L'Esprit Nouveau a partir de 1920 e como autor de textos polêmicos sobre a arquitetura do século XX já estava reconhecido e se transformara em encomendas de projetos de villas e apartamentos por parte de uma clientela composta predominantemente por artistas e amadores de arte de vanguarda que moravam na região parisiense. Ademais, ele era conhecido em vários países onde havia assinantes de sua revista. Os princípios construtivos e as soluções espaciais que proclamava para a habitação individual estavam, por assim dizer, comprovados. O enorme sucesso da Ville Savoye, em Poissy, nos arredores de Paris, em 1928, fora a melhor evidência do reconhecimento que já obtivera como arquiteto-artista. Cada vez mais, ao longo dos anos 20, a atenção de Le Corbusier se voltou para o urbanismo mas, nesse terreno, nem a França, nem seus vizinhos, podiam oferecer-lhe o que mais necessitava: encomendas capazes de fazer avançar as questões de urbanismo que seu trabalho como arquiteto vinha suscitando.
sexta-feira, 28 de maio de 2010
Outras obras
01. Chapelle Notre-Dame-du-Haut
A Capela Notre-Dame-du-Haut foi construída sobre a colina de Bourlémont em Ronchamp em Haute-Saône, pelo arquiteto franco-suiço Le Corbusier. Iniciada em 1950 , foi concluída em 1955. A capela foi consagrada em 25 de junho de 1955 pelo arcebispo de Besançon.
A capela possui paredes grossas e curvilíneas, que apoiam a cobertura em concreto de formato escultural. Nestas paredes pequenas vãos permitem o acesso da luz, em janelas irregulares e vindas das três torres claras. A luz é naturalmente controlada, realça o interior sem ofuscar o usuário.
Le Corbusier projetou ainda dois outros edifícios religiosos: O convento Sainte-Marie-de-la-Tourette, de 1957 à 1959, e a igreja de Saint-Pierre de Firminy.
02. Unité d'Habitation
As Unités d'Habitation são grandes edifícios modulares, originados de um programa de reconstrução do governo francês. A primeira unidade implantada, e a mais famosa delas, foi a da cidade de Marselha, elaborado entre 1947 e 1953. O projeto também ficou conhecido pelo termo Cité radieuse (cidade radiosa), visto que procurava recuperar em um edifício monumental a dinâmica da vida urbana.
O termo significa literalmente unidade de habitação, mas o projeto é reconhecido internacionalmente pelo termo em francês. O conceito de unidade de habitação foi adaptado posteriormente em diversos outros projetos de caráter modernista por arquitetos em todo o mundo. Por esse motivo, o projeto original costuma ser referido pelo nome original.
Foram construídas quatro unidades na França. Devido à fama internacional que o projeto obteve, o governo alemão solicitou um projeto em Berlim. Os cinco projetos, cronologicamente, são os seguintes:
1947 em Marseille, Boulevard Michelet, 280;
1955 em Nantes, rue Théodore Brosseaud, 44;
1958 em Berlim, Flatowallee 16;
1963 em Briey en Forêt, Meurthe-et-Moselle;
1965 em Firminy.
A Capela Notre-Dame-du-Haut foi construída sobre a colina de Bourlémont em Ronchamp em Haute-Saône, pelo arquiteto franco-suiço Le Corbusier. Iniciada em 1950 , foi concluída em 1955. A capela foi consagrada em 25 de junho de 1955 pelo arcebispo de Besançon.
A capela possui paredes grossas e curvilíneas, que apoiam a cobertura em concreto de formato escultural. Nestas paredes pequenas vãos permitem o acesso da luz, em janelas irregulares e vindas das três torres claras. A luz é naturalmente controlada, realça o interior sem ofuscar o usuário.
Le Corbusier projetou ainda dois outros edifícios religiosos: O convento Sainte-Marie-de-la-Tourette, de 1957 à 1959, e a igreja de Saint-Pierre de Firminy.
02. Unité d'Habitation
As Unités d'Habitation são grandes edifícios modulares, originados de um programa de reconstrução do governo francês. A primeira unidade implantada, e a mais famosa delas, foi a da cidade de Marselha, elaborado entre 1947 e 1953. O projeto também ficou conhecido pelo termo Cité radieuse (cidade radiosa), visto que procurava recuperar em um edifício monumental a dinâmica da vida urbana.
O termo significa literalmente unidade de habitação, mas o projeto é reconhecido internacionalmente pelo termo em francês. O conceito de unidade de habitação foi adaptado posteriormente em diversos outros projetos de caráter modernista por arquitetos em todo o mundo. Por esse motivo, o projeto original costuma ser referido pelo nome original.
Foram construídas quatro unidades na França. Devido à fama internacional que o projeto obteve, o governo alemão solicitou um projeto em Berlim. Os cinco projetos, cronologicamente, são os seguintes:
1947 em Marseille, Boulevard Michelet, 280;
1955 em Nantes, rue Théodore Brosseaud, 44;
1958 em Berlim, Flatowallee 16;
1963 em Briey en Forêt, Meurthe-et-Moselle;
1965 em Firminy.
Sede da Organização das Nações Unidas
A Sede da Organização das Nações Unidas está localizada em Nova Iorque, Estados Unidos. Foi construída entre 1949 e 1952.
Em vez de anunciar um concurso para o projeto do complexo das Nações Unidas, a ONU preferiu montar uma equipe de arquitetos de diversos países para a composição do projeto. O arquiteto americano Wallace Harrison foi o diretor de planejamento e os governos dos países indicaram seus representantes.
O projeto foi desenhado por Le Corbusier, pelo brasileiro Oscar Niemeyer e pelo inglês Sir Howard Robertson, em 1947.
Em vez de anunciar um concurso para o projeto do complexo das Nações Unidas, a ONU preferiu montar uma equipe de arquitetos de diversos países para a composição do projeto. O arquiteto americano Wallace Harrison foi o diretor de planejamento e os governos dos países indicaram seus representantes.
O projeto foi desenhado por Le Corbusier, pelo brasileiro Oscar Niemeyer e pelo inglês Sir Howard Robertson, em 1947.
Cidade Contemporânea; Corbu.
O site Urbanidades que funciona com um banco de dados e imagens a respeito do Urbanismo, possui um esquema de estrutura urbana pensado por Le Corbusier para o que seria a "Ville Contemporaine", uma unidade habitacional que acomodaria 3 milhões de pessoas.
CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR O SITE: URBANIDADES.
CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR O SITE: URBANIDADES.
Le Corbusier/ URBANISTA.
Le Corbusier foi dos primeiros urbanistas a pensar o automóvel como agente transformador da malha viária e da própria estrutura social. Defendia a separação de usos na estrutura urbana. A área residencial deveria ser separada da área de circulação de automóveis e essa separação se daria por um espaço de lazer, geralmente uma praça, algo de utilidade coletiva, no sentido de bem-estar.
Além disso, defendia a teoria de que a cidade se desenhava a partir do surgimento de novas edificações e não o contrário.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Carta de Atenas
A Carta de Atenas é um documento de compromisso, datado de 1933, redigido e assinado por grandes arquitectos e urbanistas internacionais do início do século XX, entre os quais se destaca Le Corbusier. Redigida como conclusão do Congresso Internacional de Arquitectos e Técnicos de Monumentos Históricos que teve lugar em Atenas, na Grécia, em Outubro de 1931. Onde define-se a separação das áreas residenciais, de lazer e de trabalho, propondo, no lugar do caráter e da densidade das cidades tradicionais, uma cidade-jardim, na qual os edifícios se localizam em áreas verdes pouco densas. Tais preceitos influenciaram o desenvolvimento das cidades européias após a Segunda Guerra Mundial e a criação do plano piloto de Brasília por Lúcio Costa.
Em 1998, foi elaborada pelo Conselho Europeu de Urbanistas a Nova Carta de Atenas. Associações e institutos de urbanistas de países da União Europeia uniram-se no Conselho Europeu de Urbanistas, composto por representantes de Portugal, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália e Reino Unido. Este grupo começou a reunir regularmente a partir de meados de 1995 e no início de 1998 apresentou a redacção da Nova Carta de Atenas. Esta pretendeu ser mais adequada às gerações vindouras do que a de 1933, dando o papel principal ao cidadão na hora de tomar decisões organizativas. Segundo a nova carta, a evolução das cidades deve resultar da combinação de distintas forças sociais e das acções dos principais representantes da vida cívica. O papel dos urbanistas profissionais passou a ser o de proporcionar e coordenar o desenvolvimento.
Em 1998, foi elaborada pelo Conselho Europeu de Urbanistas a Nova Carta de Atenas. Associações e institutos de urbanistas de países da União Europeia uniram-se no Conselho Europeu de Urbanistas, composto por representantes de Portugal, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Holanda, Irlanda, Itália e Reino Unido. Este grupo começou a reunir regularmente a partir de meados de 1995 e no início de 1998 apresentou a redacção da Nova Carta de Atenas. Esta pretendeu ser mais adequada às gerações vindouras do que a de 1933, dando o papel principal ao cidadão na hora de tomar decisões organizativas. Segundo a nova carta, a evolução das cidades deve resultar da combinação de distintas forças sociais e das acções dos principais representantes da vida cívica. O papel dos urbanistas profissionais passou a ser o de proporcionar e coordenar o desenvolvimento.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Maquina de morar
Dois anos depois da Villa Stein-de Monzie, o ciclo de casas «puristas» encerra-se com a espectacular casa de fim-de-semana do segurador Pierre Savoye, em Poissy, denominada «Les Heures claires» (As Horas Luminosa), para a qual Le Corbusier disporá de um muito confortável orçamento. Num grande terreno, com arvoredo, sobrepujando o vale do Sena, é um perfeito exemplo de uma utilização livre dos «cinco pontos» formulados em ‘927.
Exteriormente austera, o seu volume é suportado por pilotis por sobre uma grande extensão de relva. O acesso dos automóveis não podia ser mais directo, pois estacionam-se entre os pilotis, sob a casa, dando a curva da sua trajectória a forma semicircular à parede de vidro à entrada. Os quartos dos criados e a garagem estão colocados por detrás deste acesso eficaz, que parece inverter os percursos de entrada dos hotéis aristocráticos parisienses. Uma vez franqueada a parede de vidro, oferecem-se ao visitante dois acessos: uma escada e uma rampa, que a experiência espacial original própria da casa propõe. Aos olhos de Le Corbusier, a escada «separa», enquanto que a rampa «une». Na ocorrência, ela estende, do relvado para o céu, o fio de um «passeio arquitectura!» majestoso entre a porta de entrada, o apartamento situado no primeiro andar e o terraço-solário situado na cobertura.
No interior do prisma de base quadrada, a habitação foi organizada depois de longos estudos segundo um plano em L, que separa nitidamente a parte pública, dos quartos. A sala pode ser considerada como a parte coberta de um grande espaço de recepção cujos dois terços são um pátio que se abre para a paisagem por meio de uma janela contínua em comprimento entre o interior e o exterior, a tal ponto que o vidro parece não ser mais do que um ligeiro diafragma. Os três quartos têm acesso por corredores que isolam a casa de banho principal. Um ecrã sinuoso, à imagem de certas figuras dos pintores puristas, envolve o quarto que está situado na cobertura.
Objecto singular que podemos assimilar a uma máquina pelos vários elementos que evocam pontes e superestruturas de um navio, a Villa Savoye tem também reminiscências dos jardins suspensos da Cartuxa de Galluzzo, em Val d’Ema, e sobretudo uma disposição dos quartos e dos seus anexos - casas de banho e quartos de arrumos - que recordam as mansões particulares do século 18. Aos ocupantes da casa, oferece-se um certo hedonismo: o grande vidro da sala de estar pode correr por completo, para criar uma continuidade entre o pátio e o interior. Iluminada por cima, a casa de banho luminosa incita ao repouso. As experimentações espaciais de Le Corbusier são aqui indissociáveis de uma atenção a certas figuras da tradição erudita. Mas utilizam também materiais prosaicos das casas de estuque dos subúrbios parisienses e componentes como os caixilhos das janelas em aço, típicas das pequenas indústrias. As suas casas opõem-se, no entanto, às mansões de pedra de cantaria e casas suburbanas de pedra molar. Em contraste chocante com o luxo da villa, a casa do porteiro, implantada à entrada, ilustra as investigações de Le Corbusier sobre alojamento a preço moderado.
Quando em 1930 tem um olhar retrospectivo para as casas construídas nos dez anos anteriores, Le Corbusier distingue «quatro composições». Opõe o «género de certo, modo fácil, pitoresco, movimentado» da Villa La Roche ao género «muito difícil», do prisma da casa «Citrohan», que pelo contrário conduz à «satisfação do espírito», e ao «muito fácil, prático, combinável», de todos os tipos «Dom-ino». A síntese é a Villa Savoye, tipo «muito generoso», no qual «se afirma no exterior uma vontade arquitectural [e] satisfazem-se no interior todas as necessidades funcionais». Muito pouco habitada pelos seus proprietários, a Villa Savoye continua a ser um manifesto, que em 1965 será o primeiro monumento histórico em França classificado em vida do seu arquitecto. Le Corbusier morreu antes do início da restauração, que ele estudara a partir de 1960 e que transformaria muito a casa.
Jean-Louis Cohen
domingo, 23 de maio de 2010
Mensagem aos estudantes de arquitetura
Arquiteto e teórico,Le Corbusier (Suica, 1887-1965) foi o grande mestre de muitas geracoes de arquitetos em todo o mundo, embora nunca tenha sido, de fato, professor. O desencanto como ensino academico vigente na Escola de Belas-Artes de Paris o fez resistir aos inumeros convites de estudantes e de jovens arquitetos para que se dedicasse ao ensinode arquitetura. Realizado em 1942 e publicado pela primeira vez em 1943, Mensagem aos estudantes de arquitetura veio responder aos apelos desses jovens. No texto, produzido durante a Segunda Guerra Mundial, na Franca ocupada pelos nazists, Le Corbusier recupera o debate travado com os conservadores e academicos. Expoe sua concepcao sobre arquitetura, cidade e historia, fala das conquistas tecnicas e do conhecimento construtivo e da paixao necessaria para o enfrentamento dos inumeros obstaculos colocados diante dos arquitetos naqueles tempos. Em tom de testemunho, um Corbusier sedutor, claro e didatico traca um destino notavel para os futuros arquitetos.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
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